Depois da rapidez, o enigma e
todas as nuvens do olhar parece que o sol chegou. Uma aura radiante tem tomado
conta do espaço e do coração. Algo mudou. Os ventos ainda precisam vir e tirar
o que resta de tempo nublado da face enigmática da vésper feroz, mas os
sorrisos e uma certa euforia estão dando o tom. Tudo parece mais claro, na
mente e na vida. Tudo parece mais solar, mais radiante e energético. Parece que
o jogo virou e o caminho tem sido ladrilhado com sorrisos.
Tem pessoas que não parecem
ter noção do que de fato são. Parecem ter passado a vida toda renegadas a subsistência,
só existem, apenas se mantem, mas não tomam nota do que realmente representam. É
como se você estivesse vivendo o mito da caverna de Platão, uma vida sem se dar
conta do real sentido que tem. Mas quando essas pessoas saem das suas cavernas
pessoais, é como se a vida de fato começasse. O rosto ganha um outro tom,
brilha.
Pra que buscar recaída,
Reviver o drama,
Mexer na ferida?
Por onde se engana o
coração
Se encontra a saída pra
vida
O sorriso estampado no rosto é
o sinal da transformação. Quando alguns ciclos fecham e você se abre para os próximos
de peito aberto parece ser um momento sabático, crucial. É renovação. Minha trilha
para embalar esses dias de luminosidade solar não poderia ser outra: Gargalhada. Em 2009, Bruna Caram lançou seu
segundo álbum intitulado Feriado Pessoal.
Nesse trabalho, que foi nomeado com o título de uma composição da Bruna que também
está presente no CD, foram regravados alguns clássicos da MPB e músicas de compositores
da mais recente leva da música popular brasileira. Gargalhadas é uma composição de Pedro Altério e Pedro Viáfora, que
são integrantes do 5 à Seco. O 5 à Seco, por sinal, também gravou essa mesma
canção em seu álbum ao vivo no auditório do Ibirapuera. Mas sério, a versão da
Caram faz a gente querer sorrir com ela. O sorriso dela é cantado e ouvido em
cada palavra da letra da canção, não é qualquer interpretação.
A gente fica martelando,
batendo na mesma tecla, dando murro em ponta de faca por conta de coisas e
pessoas que na verdade só nos sufocam, tiram nosso protagonismo –da nossa
própria vida, é bom ressaltar- e jogam nossa autoestima para o pé. É como se perdêssemos
as rédeas e passássemos a ter cabrestos.
Sorrir mais
Soltar gargalhadas
Deixar pra trás
O que te entristece
Tece teus ais
Enfim, se o sol chegou, se a
euforia tomou conta existe apenas uma coisa a fazer: aproveite. A gente nunca
sabe até quando nossos dias serão ensolarados, alternamos entre a plenitude e
nossos conflitos internos, então viva. Viva intensamente. Até porque a gente
nunca sabe o quanto a luminosidade da nossa vida pode ajudar nos caminhos das outras
pessoas. Tá radiante? Irradie sua felicidade nos espaços que você toma. Seja sol
em vidas nubladas.
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