Que belíssima surpresa que tive... Eu não tenho duvidas que foi uma benção dos céus essa união. O que era ótimo ganhou tom de contos de fada. 2010 foi o ano do Bicentenário de Independência do México, e a maestrina Alondra de La Parra não apenas rendeu homenagem a nação Azteca, e sim nos brindou com um projeto que mais parece um coro celestial. Poderia ter sido um clichê, mas La Parra e sua Filarmônica das Américas nos trasladam da superfície terrestre para as nuvens. Não há como não se render a batuta inebriante de umas das maiores “conductora” da atualidade, mas isso parecia não ser a bastante, ela parece ter achado “pouco” orquestrar as mais belas canções da musica popular mexicana, tanto não bastou que complementasse com as vozes de três das mais talentosas artistas da terra de Benito Juarez. Ely Guerra, Natalia Lafourcade e Denise “LoBlondo” Gutierrez trataram de arrematar o laço que já se mostrava perfeito.


Ely Guerra... o nome não era novidade, mas a voz sim. E que voz! Ficou a cargo dela, o que eu considero uma honra, cantar La Llorona. Ma canção de domínio público que me arrepia até a alma quando ouço. E veja que já escutei em todas as versões possíveis: Chavela, Eugenia, Lila... E posso dizer com a mais pura audácia que ela entrou para o hall das grandes interpretes de La Llorrona. Não sei se foi a orquestra que ajudou, mas parece que essa versão soa mais dramática que as outras. Transformar uma musica que já é puro drama em algo ainda mais doloroso não é fácil, Ely sem duvidas cantou com a alma. Cantou como se fosse uma verdadeira mãe a chorar um filho perdido.
Eu diria que a fita dourada do disco fica para aquela que poderia ter sido a música clichê, ou apenas mais um single a ser regravado, mas como nada foi comum nesse trabalho e Alondra & Cia deram ares de magia a tudo, Solamente Una Vez ganha bossa de nostalgia, larga o ar brega que a foi dado durantes muitos anos de massacres em que vários cantores e “orquestras” a quase transformaram em um símbolo de musica brega. As três vozes se intercalam e parecem fazer parte de apenas de um grande corpo do qual Alondra era responsável pelo pulsar de um coração que devolveu o verdadeiro sentido da canção de Agustín Lara, que agora pode descansar em paz porque em algum lugar viu que sua musica retornou ao seu grande ideal: fazer vibrar corações que desejam amar puramente.
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