Ontem eu sentei, mas nenhuma
linha saiu. Nenhum toque nas teclas ou qualquer pensamento que fluísse para esboçar
um texto. Nada. Com o tempo a gente aprende a respeitar nossos próprios
momentos, nossos próprios silêncios. Tem dias que a gente só levanta e sai da
cama para viver o inesperado, sem os planos que a sociedade espera da gente. Temos
dias que não há muito o que dizer, a gente vai dando um passo de cada vez e
vendo no que dá.
Hoje algumas nuances foram
diferentes. Acordei e coloquei os riffs
do Jimmy Paige para gerar. Se você não ficar louco com os sons do Led Zeppelin
precisamos sentar e ter uma conversa. Isso é Rock de primeira linha nível mitológico. O resto é suco Tanjal com
dois litros de água. Robert Plant simplesmente causa orgasmos sonoros a cada
linha cantada. É música para chutar as portas e sair da friendzone. É Rock faixa etária
18+.
Na Londres de 1968, surgiu,
nasceu ou estreou- porque só podemos pensar que o universo já havia conspirado
para essa união- a banda formada por Jimmy Page, Robert Plant, John Bonham e
John Paul Jones. Levando em consideração que o plano anteriores
de Page era ter o jovem Keith Moon comandando as baquetas, podemos pensar que
nada poderia ser diferente do que realmente foram os Zeppelins. Moon foi
lendário para o The Who e a história do Rock,
mas dá para imaginar a banda britânica sem a bateria pesada de Bonham? Tanto não
daria, que foi justamente após sua morte que o Led se dissolveu, vindo a se
reunir esporadicamente anos depois com Jason Bonham, filho de John, nas
baquetas.
Uma música em especial tocou
repetida vezes hoje. Since I've Been Loving You foi uma obra prima do Zeppelin, lançada em
1970 no álbum Led Zeppelin III. A composição
pertence a Jones, Plant e Page. Com um solo enlouquecedor de Page, que reza a
lenda quase desistiu de gravar a música em estúdio, entrou para o hall de uma das melhores gravações do
grupo britânico. Tendo influência do Blues
e utilizando um amplificador ligado a guitarra de Jimmy, é impossível não
querer bater cabeça de tanta paixão ouvindo esse som.
Baby, since I've been
loving you, yeah
I'm about to lose my
worried mind, oh yeah
Everybody trying to
tell me
That you didn't mean me
no good
I've been trying, Lord,
let me tell you
Let me tell you I
really did the best I could
A letra é quase uma repetição
da vida. Quem nunca caiu nas artimanhas do coração e se achou o ser humano mais
idiota da face da Terra que me condene. A verdade é que a gente tá na vida para
essas coisas mesmo. Reza a lenda que o importante é ter saúde. Não acredito que
podemos nos dar ao luxo de sentirmos culpa ou de não pregarmos os olhos a cada
noite achando que estamos vivendo ilusões delirantes. A paixão existe e normalmente
não vem acompanhada de doses de amor próprio.
O Sol pode até estar alinhado
com Leão –que grande bosta, alguns podem pensar- mas estamos aqui é para ir no contrassenso
e chutar o balde. Um dia o amor próprio chega e a gente senta, cata nossa
dignidade no chão e aceita que nossa missão é ser “trouxiane” mesmo. Fazer o
que, né?
Eu prefiro fazer as vezes de “sim,
eu tentei” do que ficar por aí derramando lamentações de covardia. No meio
disso tudo surgiu uma nova playlist
para já sair do leito Morfeu sacudindo a vida e juntando os cacos. E até que
essas músicas recarregam as energias e dão aquela força para minha Vênus em
Aries que anda meio recatada -sim, hoje eu tô bem Maluca dos Signos, porque eu
sou dessas- e só beijando mão. No final das contas eu sei muito bem porque ela
anda assim. Saudades.
Everybody trying to
tell me
That you didn't mean me
no good
I've been trying, Lord,
let me tell you
Let me tell you I
really did the best I could
Entre mortos e feridos, ainda
tem o bom e velho Rock N Roll para afogar
as magoas em riffs e amplificadores. Sabe
o que é bom mesmo? Se apaixonar. Sim, cata mesmo os papeis de trouxa e depois
escreve aquele livro de autoajuda ao bom estilo Comer, Rezar e Amar, mas por hora a gente se joga no que pode e vai
vivendo o que dá para viver. Porque antes ficar com sorriso besta na cara do
que viver nos esconderijos. Amor, paixão, apego, ou o bom e nordestino xodó é
coisa para se agarrar e viver. Jogo de sedução cansa, bate uma revolta sometimes, mas é o que dá história para
contar depois. Se deixem vivenciar isso tudo, é bom, não mata e no mínimo saímos
da dureza fria da vida por alguns instantes.
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