domingo, 24 de julho de 2016

Led Zeppelin| Aqueles dias que não temos muito a dizer



Ontem eu sentei, mas nenhuma linha saiu. Nenhum toque nas teclas ou qualquer pensamento que fluísse para esboçar um texto. Nada. Com o tempo a gente aprende a respeitar nossos próprios momentos, nossos próprios silêncios. Tem dias que a gente só levanta e sai da cama para viver o inesperado, sem os planos que a sociedade espera da gente. Temos dias que não há muito o que dizer, a gente vai dando um passo de cada vez e vendo no que dá.

Hoje algumas nuances foram diferentes. Acordei e coloquei os riffs do Jimmy Paige para gerar. Se você não ficar louco com os sons do Led Zeppelin precisamos sentar e ter uma conversa. Isso é Rock de primeira linha nível mitológico. O resto é suco Tanjal com dois litros de água. Robert Plant simplesmente causa orgasmos sonoros a cada linha cantada. É música para chutar as portas e sair da friendzone. É Rock faixa etária 18+.

Na Londres de 1968, surgiu, nasceu ou estreou- porque só podemos pensar que o universo já havia conspirado para essa união- a banda formada por Jimmy Page, Robert Plant, John Bonham e John Paul Jones. Levando em consideração que o plano anteriores de Page era ter o jovem Keith Moon comandando as baquetas, podemos pensar que nada poderia ser diferente do que realmente foram os Zeppelins. Moon foi lendário para o The Who e a história do Rock, mas dá para imaginar a banda britânica sem a bateria pesada de Bonham? Tanto não daria, que foi justamente após sua morte que o Led se dissolveu, vindo a se reunir esporadicamente anos depois com Jason Bonham, filho de John, nas baquetas.

Uma música em especial tocou repetida vezes hoje. Since I've Been Loving You foi uma obra prima do Zeppelin, lançada em 1970 no álbum Led Zeppelin III. A composição pertence a Jones, Plant e Page. Com um solo enlouquecedor de Page, que reza a lenda quase desistiu de gravar a música em estúdio, entrou para o hall de uma das melhores gravações do grupo britânico. Tendo influência do Blues e utilizando um amplificador ligado a guitarra de Jimmy, é impossível não querer bater cabeça de tanta paixão ouvindo esse som.


Baby, since I've been loving you, yeah
I'm about to lose my worried mind, oh yeah
Everybody trying to tell me
That you didn't mean me no good
I've been trying, Lord, let me tell you
Let me tell you I really did the best I could


A letra é quase uma repetição da vida. Quem nunca caiu nas artimanhas do coração e se achou o ser humano mais idiota da face da Terra que me condene. A verdade é que a gente tá na vida para essas coisas mesmo. Reza a lenda que o importante é ter saúde. Não acredito que podemos nos dar ao luxo de sentirmos culpa ou de não pregarmos os olhos a cada noite achando que estamos vivendo ilusões delirantes. A paixão existe e normalmente não vem acompanhada de doses de amor próprio.

O Sol pode até estar alinhado com Leão –que grande bosta, alguns podem pensar- mas estamos aqui é para ir no contrassenso e chutar o balde. Um dia o amor próprio chega e a gente senta, cata nossa dignidade no chão e aceita que nossa missão é ser “trouxiane” mesmo. Fazer o que, né?

Eu prefiro fazer as vezes de “sim, eu tentei” do que ficar por aí derramando lamentações de covardia. No meio disso tudo surgiu uma nova playlist para já sair do leito Morfeu sacudindo a vida e juntando os cacos. E até que essas músicas recarregam as energias e dão aquela força para minha Vênus em Aries que anda meio recatada -sim, hoje eu tô bem Maluca dos Signos, porque eu sou dessas- e só beijando mão. No final das contas eu sei muito bem porque ela anda assim. Saudades.


Everybody trying to tell me
That you didn't mean me no good
I've been trying, Lord, let me tell you
Let me tell you I really did the best I could


Entre mortos e feridos, ainda tem o bom e velho Rock N Roll para afogar as magoas em riffs e amplificadores. Sabe o que é bom mesmo? Se apaixonar. Sim, cata mesmo os papeis de trouxa e depois escreve aquele livro de autoajuda ao bom estilo Comer, Rezar e Amar, mas por hora a gente se joga no que pode e vai vivendo o que dá para viver. Porque antes ficar com sorriso besta na cara do que viver nos esconderijos. Amor, paixão, apego, ou o bom e nordestino xodó é coisa para se agarrar e viver. Jogo de sedução cansa, bate uma revolta sometimes, mas é o que dá história para contar depois. Se deixem vivenciar isso tudo, é bom, não mata e no mínimo saímos da dureza fria da vida por alguns instantes.



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